Luiz
Lopes, tio de Luiz Pedro
|
Por Luiz Rogério Lopes - O DIA DEPOIS DO LUTO. A gente tenta voltar ao
“normal”. Acorda das poucas horas de sono que teve, recebe as condolências dos
amigos, daqueles que de alguma maneira já sentiram dor semelhante. A gente
junta o que sobrou; organiza a casa, limpa os trapos, troca de roupa...
permanece vivendo. Olha para o relógio a cada vinte minutos na esperança de que
o tempo passe mais rápido e a angústia dê espaço para a esperança novamente. O
sol vai embora, devagar se despede com um sorriso tímido de canto de boca, como
quem avisa que não pode ficar que chegou a hora de ir. Ficamos ali imóveis,
perplexos, distantes; tentamos entender a mensagem, mas nossa humanidade é
limitada, não compreendemos os desígnios. Na primeira estrela que aparece, a gente
lembra de quem perdeu. Chora a dor de não ter tido tempo de dizer o que
gostaria, de abraçar o tanto que deveria e de amar o quanto merecia.
O desejo é subir muito alto, Acima da cidade, Acima do Mundo, Acima do
tempo. É purificar os olhos e ver tudo com os olhos de Deus. É entender o
porquê, o para quê de tamanha dor. Aceitar que o sofrimento não é fruto de
castigo ou de predileção, mas gotas de suor de quem ama, de quem se derrama. A
gente perdeu um sobrinho, um filho, um neto, um irmão, um primo, um amigo, um
jovem...um não, dois. Ainda não sabemos o que fazer, para onde e como vai ser.
O dia depois do luto é sempre estranho, frio, quieto. É sempre dia de passos
vagarosos, de olhos lacrimejados, de aperto muito apertado. Amanhã vai ser
melhor. Vamos voltar às faculdades do amor, vamos continuar acreditando no
reencontro, na força que é mais forte que a morte, na força da fé. Luis Pedro e
Ray, sua juventude será lembrada pelo brilho dos olhos e pela extensão do
sorriso. Suas presenças serão constantes em nosso coração. A gente pode parecer
separado, mas sempre unidos. Descansem em paz. Fonte: Apuarema em Foco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário